domingo, abril 30, 2006

forum

Pois, ainda não falei no Forum. Claro que fui lá logo na quinta-feira. É grande e muito mal servido de acessos. Não entrei numa única loja. No fundo, não fui lá fazer nada, excepto matar as saudades da soberba vista sobre a cidade que perdi, há meio ano, quando mudei de casa.

buracos

Os jornais reproduzem uma nota da autarquia sobre a nova Unidade de Missão Obras de Coimbra. Bastas vezes ouvi o entusiasmo do Zé Diogo com a coisa.
Confesso o meu cepticismo inicial. Fez-me lembrar a política do gravador de bolso de Mendes Silva - que, por onde passava e via desarranjos, tratava de gravar e, ao outro dia, chamava logo à pedra um engenheirozito. Ocorreu-me, também, a pequenez da câmara PS, que corria a consertar o que o diário de Coimbra ou as Beiras retratavam esburacado. Recuei, até, a esse momento sublime de demagogia que foi o da criação de uma, tão bacoca quanto inútil, "brigada tapa-buracos", no primeiro mandato desta maioria de direita...
Depois, percebi que estava ali uma expedita arma de arremesso do Horácio contra as Águas, que são quem mais esburaca sem pudor.
Por fim, vi algo de útil na missão: um buraco é um buraco e, bem vistas as coisas, não há quem não pragueje quando dá por eles. Por isso, se chegar mesmo a haver um "número verde", ou coisa parecida, para denunciar as crateras da estrada, é mais do que certo que vai ser preciso "dar ao chinelo" a sério...

zebeto

Não sou dos que o conheceram de tacões altos, mas lembro-me bem da chapelada que haveria de eleger o Guilherme Carreira, contra o Dinis Alves. Ainda assim, só mais tarde dei importância ao papel que ele teve no golpe de mão às urnas, na Associação Académica. Muito mais tarde, já depois de o Eduardo Dâmaso ter contado a história da sua aventura falhada de armador de barcos de pesca.
Depois, acompanhei-lhe o percurso. A investida irresponsável no andebol, o manobrismo militante no PSD local, o casa-descasa com o irmão, o benfiquismo de bancada travestido de Martins, os joguetes políticos no bloco central dos interesses... Salvo erro ou omissão, apresentou-se-me sucessivamente "administrador" da rodoviária, dos hospitais dos Capuchos, da Tocha, de Arnes e, por fim, do Sobral Cid.
Não obstante, tenho, como sempre tive, um estranho apreço pelo Zé Beto. Tratamo-nos por você, é certo. Uma vez por outra irrito-me com as familiaridades que ele se autoriza. Mas gosto da sua franqueza e da sua memória desconcertante e desarmante.
Obviamente, desculpo-lhe todas as habilidades serôdias de suposto 'enfant terrible'.

sábado, abril 29, 2006

miguel almeida

Ouço, na sicnotícias, o nome de Miguel Almeida como um dos sem perdão nem justificação, de entre os faltosos na AR. Curiosamente, do que vou lendo nos jornais e do que me dizem, é, dos quatro PSD eleitos por Coimbra, o que mais tem "arranhado" a requerer coisas e loisas, no caso referentes à Figueira. Os outros são pessoas estimáveis.

académica

Leio asbeiras on-line. Reparo que o inquérito do topo direito tem uma votação curiosa: 66-33. Um quarto dos respondentes não acredita que Académica e Naval se mantenham na liga maior.
Os da Figueira merecem ficar e não apenas pelo bom gosto no padrão das camisolas. Com os de Coimbra é diferente. Apesar do jogo sofrível, da sobredose de brasileiros medíocres, dos equívocos tácticos na estruturação e no desenvolvimento do futebol de contenção, acredito num empate, domingo. Já o escrevi, de resto. Só não disse que vai ser zero-a-zero, o tal resultado triste que a total falta de senso da fifa ainda continua a pontuar com um pontito para cada lado.

sexta-feira, abril 28, 2006

o reitor e a brigada

Gomes Canotilho é grande e não é deste mundo. Hoje, na sala dos capelos, coube-lhe fazer o elogio do reitor Seabra Santos, padrinho de um inusitado doutorando honoris causa. Atento, o Casimiro descobriu-lhe uma indiscrição: sem rodeios, Canotilho lembrou o que Fernando ocultara, há três anos, no seu discurso de posse. Ou seja, que Seabra Santos integrou, quando jovem, a Brigada Victor Jara.
Falámos da coisa, no Reis. Mais pela oportunidade do que pela curiosidade. É que, ontem, pela segunda vez, o reitor chamou a polícia a resolver uma querelazela com estudantes. Da outra vez, infeliz, sem jeito nem vocação, conseguiu passar de vítima a algoz... embora tenha habilmente resguardado o topo da colina: (escrevi, na altura que) no pólo II, as fardas, as botas e os bastões não têm o mesmo efeito, nem envergonham tanto, como se fosse porta férrea adentro. Ontem, porém, a vergonha ficou toda em casa.

já leste?

Cresci a ouvir perguntar já leste? No jornal, pois claro. Depois fui para o centro da coisa. Escrevi o que muitos leram. Hoje, quase ninguém me pergunta se escrevi o que muitos querem ler. Com franqueza, também não quero que o voltem a fazer, agora que tenho este blogue.

zero

Vezes de mais abri e reprimi a vontade. Por isso, começo do zero. Já Abril se escoa e a sede desperta. Sim. Porque escrever, aqui, vai fazer-me estar desperto.