sábado, maio 27, 2006

capital da cultura

A cultura, em Coimbra, é uma razão de viver. Mas, bem vistas as coisas, é uma absoluta invulgaridade, a que aqui se vive. Raras são as cidades em que, como aqui, a experimentação, a volatilidade e o tribalismo iniciático se sobrepõem, de forma avassaladora, à criação e à recriação sustentadas e formais. Há a universidade, é certo, com a sua associação estudantil una e sedimentada. Mas há, também, consumidores e vivencialistas. Mas não chega, como explicação.
O que falta, então, é o suporte e o estímulo inerentes ao investimento público? Não creio, embora reconheça que falta. Faltam espaços? É verdade. Faltam apoios? É verdade. Falta crítica distanciada e sólida? É verdade. Falta cosmopolitismo nos que criam e nos outros? É verdade. Falta dinheiro? É verdade.
Mas a verdade, mesmo, é que cresceu em demasia a cidade alheia à dimensão cultural da urbe. Cresceu e ganhou força de cidadania activa, merecedora, pois, de atenções paritárias, por parte dos poderes autárquicos. O resultado é este progressivo e triste avanço da indigência. À custa do bom gosto, do bom senso. Numa palavra, de qualidade.
Por isso, a candidatura a Capital Europeia da Cultura deve assumir, antes de tudo, uma aposta incondicional e imediata em qualidade.
Agora, reconheço que uma qualquer atitude pró-activa é sempre positiva, quando congrega energias e estimula desempenhos. Por isso, que venha a candidatura.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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4:56 da tarde  

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