sábado, maio 27, 2006

açorianidade

O incontornável apelo açoriano assaltou-me, uma vez mais, com a extraordinária reportagem de Pedro Coelho, na SIC, sobre o Corvo e os corvinos.
O Corvo, esse torrão de terra esquecida, feita de longes e quietudes. Terra de quatrocentas almas. Sempre os mesmos 400, mais nascido menos fugido. Terra de fechaduras sem portas. Terra de novos horizontes de vidas sem ambição. Terra de cornucópias. Ou, na feliz expressão do jornalista, ilha de quatrocentas ilhas.
No Corvo, como nas sete ilhas menores dos Açores e mais em nove décimos de São Miguel e em 19 vinte avos da Terceira, os subsídios, a televisão por cabo e satélite e a internet destruíram a açorianidade.
O tabaco saboroso ainda resta. Os verdes e os vagares hão-de ficar para sempre. Mas o mar, esse mar insolente e desafiador, esse ondear de desejos, esse espraiar caótico de azuis chumbados e de olhares pousados na melancolia da distância, esse mar... não mais é aquele mar dos Açores de que um dia me enamorei.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Very pretty design! Keep up the good work. Thanks.
»

4:56 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home