sexta-feira, abril 28, 2006

o reitor e a brigada

Gomes Canotilho é grande e não é deste mundo. Hoje, na sala dos capelos, coube-lhe fazer o elogio do reitor Seabra Santos, padrinho de um inusitado doutorando honoris causa. Atento, o Casimiro descobriu-lhe uma indiscrição: sem rodeios, Canotilho lembrou o que Fernando ocultara, há três anos, no seu discurso de posse. Ou seja, que Seabra Santos integrou, quando jovem, a Brigada Victor Jara.
Falámos da coisa, no Reis. Mais pela oportunidade do que pela curiosidade. É que, ontem, pela segunda vez, o reitor chamou a polícia a resolver uma querelazela com estudantes. Da outra vez, infeliz, sem jeito nem vocação, conseguiu passar de vítima a algoz... embora tenha habilmente resguardado o topo da colina: (escrevi, na altura que) no pólo II, as fardas, as botas e os bastões não têm o mesmo efeito, nem envergonham tanto, como se fosse porta férrea adentro. Ontem, porém, a vergonha ficou toda em casa.