medalhas
O curioso, no já habitual circo de distinções a entregar no 4 de Julho, é a insistência na Medalha de Mérito da Solidariedade Social. Pode ser que Encarnação (e Oliveira Alves, claro) queiram relevar, agora, um sector até aqui algo menorizado. Ou, quem sabe, esta é a evidência de um definhamento bem palpável de outras áreas...
Vejamos os medalhados. Dois são supostos maçons, dois outros são padres e o último é uma instituição de matriz católica.
Viegas Nascimento, da Fundação Bissaya Barreto, é um aristocrata disfarçado de eminência parda. Implacável, como se prova nesta decisão, embrulhada nuns pontapés, extemporâneos, em Seabra Santos, de acabar com o curso que o fez ter uma universidade privada (serviço social). Gere com estatuto e usufruto vitalício a quarta maior fundação do país. "Emprestou" um dos seus ajudantes ao gabinete do presidente da câmara. Consegue negócios invulgares. Mas, sobretudo, é mestre na captação de subsídios (os lares e o caso das madonas e a recuperação do convento do Desagravo e outras benesses de João Vasco Ribeiro, que depois de sair da CCR foi para a FBB).
José Barros, médico e director da Associação Portuguesa de Paralisia Cerbral - Núcleo de Coimbra, é um discreto amante de coisas boas. Na Académica, dirige um departamento clínico que podia e devia ser mais profissional - pese embora a enorme mais-valia que é a proximidade da excelência médica coimbrã à briosa causa. Na sua APPC, aproveita muito bem os dinheiros públicos disponíveis. É amigo de Fausto Correia. Chegou a ser estimulado a concorrer contra José Eduardo Simões.
A FBB e a APPC são, entretanto, dois extraordinários motivos de orgulho para Coimbra. São-no, de outra forma, também a Cáritas e a Obra do Padre Serra, apesar da controvérsia à volta da figura e da idiossincrasia deste último. É-o, enfim, a Associação das Cozinhas Económicas Rainha Santa Isabel, ali sempre humilde e ao dispor, na baixinha.